Por: Ana Lívia Luis Dias Colunista

Crônica: A sociedade e a violência no futebol

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“Uma torcida não é só um grupo de pessoas que escolheu um time para torcer. O torcer por um clube contém especificidades que são relíquias da história cultural do homem, da torcida, do clube e da cidade.” – Silvio Silva.

Publicado em: 31/01/2022 15:15

Infelizmente as imagens e notícias que mais impactaram na 2º rodada do Campeonato Goiano se tornaram as brigas de torcidas em Catalão e em Goiatuba com a Diretoria da Aparecidense sendo agredida. Também foi destaque a briga generalizada entre Brasiliense e Gama no Mané Garrincha.

Após quase dois anos com as torcidas longe dos estádios em decorrência da pandemia, se esperava um comportamento “diferente”, mais pacífico, valorizando o esporte.

Porém, é fundamental entendermos essa conexão e a violência no futebol. Por isso, recorremos aos autores da área.

Silvio Silva, em seu artigo “A Construção Social da Paixão no Futebol” explica que é impossível separar a identidade do torcedor aos seus processos humanos, aquilo que ele foi submetido ou se submeteu ao longo da vida, seus processos de formação.

Pegamos Reis em seus livros “Futebol e Violência” e “Futebol e Sociedade” em que vai explicar, é impossível separar a violência no futebol da sociedade, logo, da violência na sociedade.

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“As raízes da violência relacionada ao futebol estão na sociedade brasileira. A formação de indivíduos apáticos ou agressivos e violentos ocorre a partir de sua sociabilidade primária, quando já podem ser percebidas tendências a manifestações agressivas ou apáticas”. É o que diz Reis no livro Futebol e Violência.

Pegamos essas explicações teóricas e trazemos para nossa realidade. Em dois anos de paralisação de público, os torcedores viveram em ambientes de paz? A sociedade esteve em paz?

Pelo contrário, óbvio que como sociedade sempre convivemos com o conflito, mas há anos, não estávamos vivendo de forma tão pressionada e tensionada. Há anos psicologicamente o coletivo não esteve tão machucado e propício para manifestar a violência.

A questão que surge é que obviamente, os fatos de violência se limitam há menos de 5% das pessoas no estádio, porém o ponto que os autores querem chegar é que todo o contexto fora do futebol tem o peso para que ocorra as cenas vistas. É citado que o futebol é usado como um válvula de escape para suas frustrações.

Finalizando, é fundamental que ocorra punições individuais e esportivas para atenuar os ocorridos, mas como sociedade, também é preciso que tenha uma reflexão. O futebol não vencerá essa batalha sozinho!



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